quinta-feira, 21 de março de 2013

TEM QUE OUVIR: Som Imaginário - Matança do Porco (1973)

Quando se fala em supergrupos, conjuntos brasileiros acabam criminalmente esquecidos dentro do inconsciente formado por medalhões internacionais. Isso torna-se extremamente agravante quando pensamos no maravilhoso Som Imaginário, banda espetacular que acompanhou diversos artistas, dentre eles Milton Nascimento e Gal Costa. Formado por músicos lendários, a banda lançou em 1973 um dos grandes registros da música instrumental brasileira, falo do cultuado Matança do Porco.


"Armina", faixa que abre o disco, tem um dos temas mais bonitos da música brasileira. A introdução é construída pela espetacular guitarra coberta de fuzz do Fredera e deságua no sofisticado piano de Wagner Tiso, recheado de referências eruditas, criando climas belos e tensos. A beleza é tanta que a melodia é usada como vinheta várias vezes no decorrer do disco.

Se músicas como "A3" e "A Nº 2" não tem nomes muitos criativos, em contrapartida esbanjam o talento dos integrantes como instrumentista e compositores, flertando primorosamente o rock progressivo e o jazz com a música brasileira, principalmente a bossa nova, o samba e a música mineira. 

Além dos já citados Wagner Tiso e Fredera, outro fabuloso músico presente no disco é o baterista Robertinho Silva. É possível conferir sua ótima performance na longa "A Matança do Porco", um puro jazz rock, com grande solo guitarra e final apoteótico de coral comandado por Milton Nascimento. Já o baixista Luiz Alvez e o violonista Tavito se destacam no regionalismo da ótima "Bolero".

Esse grande disco do Som Imaginário pode ser considerado a grande obra-prima do fusion nacional, tamanha a riqueza do álbum. Amantes da música brasileira, jazz rock e rock progressivo não podem passar despercebidos por esse grande trabalho.

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