PAÍS DO BAURETS
sexta-feira, 9 de maio de 2025
ACHADOS DA SEMANA: Zé Coco do Riachão, Marisa, Dark Angel, John Hicks e Katsbarnea
quinta-feira, 1 de maio de 2025
TEM QUE OUVIR: Helmet - Meantime (1992)
Todos estão cansados de saber o quão efervescente foi o cenário do rock alternativo na década de 1990. Mas muito além dos grupos de Seattle, a ebulição se deu também via outras formas de rock, agregando caminhos menos ortodoxos ao hardcore e metal. O Helmet foi, em todos os sentidos, uma das bandas melhores sucedidas neste período.
Trazendo na liderança o Page Hamilton - guitarrista/vocalista/compositor com berço na cena jazz nova-iorquina e, posteriormente, músico queridinho de nomes como David Bowie (pois é!) -, o Helmet chegou ao sucesso comercial com o álbum Meantime (1992), lançado pela Interscope.
O som do grupo se consolidou e diferenciou dos contemporâneos ao se deslocar de qualquer "tosquidão". Há lapidação em meio ao peso e energia do grupo. Isso fica nítido logo na abertura do disco com a cavalar "In The Meantime".
"Iron Head" mostra que o Page Hamilton é um guitarrista tão bom que o refrão da música é um riff. Já seu solo fica entre a ruides e o virtuosismo outside.
A forma com que as pausar são utilizadas em meio ao peso das guitarras e baixos em "Give It" gera um riff poderosíssimo. Adoro também como a voz do Hamilton aqui é muito mais melódica, remetendo involuntariamente a cena grunge. O mesmo vale para "You Borrowed"
É impressionante como apenas com poucas notas e uma acentuação rítmica envolvente o Page Hamilton consegue criar riffs incríveis, vide "FBLA II". Destaque mais uma vez para seu solo estranhíssimo.
Falando em ritmo, não dá pra restringir as qualidades do grupo apenas ao seu líder. O baixista Henry Bogdan tira um timbre ultra robusto fundamental para a sonoridade do disco. Já o baterista John Stanier (posteriormente Battles e Tomahawk) é um dos melhores da sua geração. Entre os destaques que mostram o poder de fogo da dupla está a densa "Turned Out".
No meio de tantas boas canções há um clássico do período, a irresistível "Unsung", faixa de groove tão martelante quando sacolejante.
Vale ainda deixar registrado que o disco teve engenharia do Steve Albini, mixagem do Andy Wallace e masterização do Howie Weinberg, uma ficha técnica de respeito e que, para mim, ajudaram a fazer deste período um dos mais exitosos em termos de produção na história do rock.
Esse álbum ajudou no desenvolvimento de diversos gêneros como o metal alternativo e post-hardcore, além de ter influenciado inúmeras bandas de new metal. Todavia, acima de tudo, ele é um apanhado de canções poderosas.
sexta-feira, 25 de abril de 2025
ACHADOS DA SEMANA: Swans, Cristina Buarque e King Sunny Adé
terça-feira, 22 de abril de 2025
Pitacos sobre o Coachella
Redundante da minha parte, mas achei FODA! Sem banda, com playback, mas ainda assim sensacional. Ela tem um controle do palco absurdo (suada, apenas com um telão enorme e toda atenção nela). Repertório obviamente calcado no BRAT. As participações da Billie Eilish e da Lorde deram nova dimensão ao espetáculo. Adorei como os beats soaram saturados e pesadíssimos. Demais!
sexta-feira, 11 de abril de 2025
ACHADOS DA SEMANA: Jon Spencer Blues Explosion, Johnny Marr, Bebel Gilberto, Gang Of Four e Jimmy Page & Black Crowes
segunda-feira, 31 de março de 2025
Pitacos sobre o Lollapalooza
Não fui no festival. Mas vi alguns shows pela TV, de forma que quero deixar registrado aqui algumas impressões que tive.
SEXTA
- Só vi a Olivia Rodrigo. Queria ter assistido o Caribou e o Dead Fish, mas acho que nem transmitiram. Adorei o show da Olivia. É jovem, rockeiro, divertido, despojado, tem boas canções (dentro do que ela se propõe), a banda (só de mulheres) é ótima (e representativa)... Falaram que faltou fôlego pra Olivia, mas acho que ela soa espontânea e energética na performance, sem grande compromisso em ser impecável (e, com isso, abrindo mão do playback). Uma das apresentações com mais destaques dado a guitarra. Adoraria ter assistido com minha filhinha.
SABÁDO
- Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo fez um showzão, mesmo quando tocando mal, mesmo quando aparentando certa tosquisse. É o "ruim" que dá certo. As canções são boas, a performance é espontânea e o carisma transbordante. Bem legal.
- Dá tristeza ver a Marina Lima. Mas não vou ficar batendo não, vocês já sabem os problemas.
- Todo ano surge um Benson Boone da vida né. Esse tem bom alcance vocal, braços malhados e curte dar uns mortais. As canções são qualquer coisa. A influência do Freddie Mercury é nítida, embora ele seja apenas um fruto podre vindo de uma bela árvore.
- Eu até ensaie gostar da Alanis Morissete, mas não dá. E olha que a banda dela é ótima hein. Mas a performance vocal (meio Eddie Vedder de saias, talvez até pior), a presença de palco (pra onde ela vai que não para quieta?) e, principalmente, as canções não me pegam. Acontece.
- Shawn Mendes tem algo de John Mayer encontra o Bruce Springsteen. Isso tirando todas as coisas boas que poderia sair desse cruzamento. Ao menos ele é bonitão mesmo. Não é pra mim, honestamente sequer dei atenção.
DOMINGO
- Gosto muito do Terno Rei, mas eles parecem sempre no piloto automático. Talvez seja o clima de fim de turnê. Aguardando o novo disco.
- Tinha uma imagem mais "glamorosa" do que seria a apresentação do Michael Kiwanuka. Não sei se é sempre assim, mas os arranjos soaram bem mais enxutos ao vivo, obviamente por não conter as orquestrações presentes nos discos (sequer em teclados ou VST). Ao menos soou organicamente competente. Fora que as canções são boas, sua voz é maravilhosa e a banda redondinha. Foi um bom show, que seria melhor ainda num espaço menor.
- Eu sei, eles são divertidos, são jovens, são latinos, a apresentação no Tiny Desk é divertida... mas acho as canções do Ca7riel & Paco Amoroso ultra genéricas. No caso deles rola um carisma confundido com competência.
- Um amigo veio de BH pra São Paulo pra conferir o shows do Parcels. Não conhecia, então fui conferir. Achei um porre. Groove de plástico, quase que como um Chic esbranquiçado. Performance insossa e canções sem brilho. Pela impressão que essa apresentação me deixou, não devo gostar nada dos discos.
- Não dá pra assistir Foster The People. Um dia já foram bons? Não me lembro. Eles revezam com Cage The Elephant presença no Lolla, não? Acho mais ralo que café de orfanato.
- Tirei do Foster The People e botei no Bush, banda que nunca gostei, mas a troca foi da água pro vinho (mais por demérito do Foster). Que bons timbres eles tiram no palco hein. Adorei os sons de guitarra e a performance segura do baterista. Vale dizer que fui fazer uma breve pesquisa sobre eles e vi que o segundo disco é produzido pelo Steve Albini. Acho que vou ter que ouvi-lo.
- O Bush gerou o Creed e o Nickelback. Mas lembrem-se, o verdadeiro culpado é o Pearl Jam (mais uma vez).
- Teve uma música ali do Bush (acho que "Swallowed") que o rapaz cantou a cappella que conseguiu deixar pior do que é. Por que fazer isso, ainda mais num festival?
- A apresentação do Tool foi COISA SÉRIA. Melhor do que eu esperava. Mesmo com aquela transmissão aberta, sem focar nos instrumentistas, ainda assim fiquei preso na apresentação. A ótima qualidade do som da transmissão ajudou. Que performances estupenda! A cozinha é perfeita, mas quem saltou aos meus ouvidos foi o Adam Jones. Timbrões, performance segura, texturas criativas... tremendo guitarrista. O Maynard também não decepcionou. Por um instante invejei quem foi (depois pensei no valor, na distância, em ficar de pé... fui dormir em paz).
- Esse batera novo do Sepultura o que tem de bom tem de sem sal né? Mas tudo bem, foi contratado no susto, foi uma bola na fogueira. É um jovem talento mesmo. De resto, apresentação mais do mesmo. Sempre foram ótimos em cima do palco. A organização poderia ter separado um tempo maior para eles, não?
- Essa Charlotte de Witte parece ser uma ótima DJ. Não conhecia, mas adorei o que ouvi. Um techno encorpado. Vou procurar. Obrigado Justin Timberlake por não autorizar a transmissão e me permitir conhece-la.